segunda-feira, 20 de julho de 2009

UM TAPINHA DOI?

Todo mundo já deve ter ouvido falar que "entre quatro paredes vale tudo", certo? Certíssimo, pois cada um de nós tem as suas tendências, as suas fantasias eróticas e as suas formas próprias de obter o tão desejado prazer sexual. No que toca ao sexo somos movidos por interesses, desejos e motivações diferentes, que nada têm a ver com o estatuto social, cultural ou econômico e dão origem a comportamentos e preferências sexuais também muito distintas. De fato, existem pessoas que gostam de fugir do tradicional e buscam o prazer das mais diversas formas possíveis.





Por isso não é de se estranhar que nem todos consigam obter satisfação
sexual através de uma conduta terna ou simplesmente erótica, pois para algumas pessoas o prazer vem daquilo a que muitos entendem ser um comportamento perverso. O Sadomasoquismo.

Algemas, roupa de couro, chicotes, látex, velas, como tortura, perversão, crueldade, maldade ou violência, são palavras facilmente associadas ao sadomasoquismo - uma prática considerada normal para uns, mas escandalosa e bizarra para outros. O tema central dessa fantasia ao contrário do que possa parecer, não é a violência explícita. O que está em jogo são questões de poder, de domínio, utilizado na obtenção do prazer, quer seja sexual ou em outros relacionamentos sociais.

A origem do termo sadomasoquismo vem da relação entre duas tendências opostas: o sadismo e o masoquismo. O primeiro revela a busca de prazer em atos que façam com que o parceiro sofra. O sádico seria, portanto, o dominador. Por outro lado, o masoquismo leva a pessoa a sentir prazer quando recebe sofrimento físico e moral dos outros. Ou seja, masoquista é aquele que gosta de ser dominado.



Assim, os adeptos desta prática dividem-se em dois grupos. Os dominadores, que obtém um prazer incalculável infligindo dor aos outros e do outro lado os submissos, que assumem o papel passivo e que só atingem o auge da excitação quando são mal tratados. O tema é polêmico e cercado de preconceito. Mesmo quem gosta de um sexo mais violento, se culpa e não quer assumir a fantasia. Mas para evitar situações constrangedoras, é essencial que os parceiros tenham intimidade para conversar e debater sobre o assunto.
Tapinhas à parte, essa história deixa as pessoas de cara feia e cabelo em pé, porque é logo associada à idéia de sadomasoquismo, uma prática que talvez tenha sido mal batizada. Mas para dominar ou submeter uma pessoa, existem muitos caminhos. Pode-se torturar uma pessoa de várias maneiras. Pense em você, amarrada numa cama, com lençóis macios de seda branca, com um homem passando uma pena de pavão nas mais escondidas dobrinhas, nas costas, no pescoço. Isso é tortura também. Deliciosa, diga-se de passagem!



Os praticantes de SM praticam sexo consensual, seguro e em nenhum momento há risco de vida. Ao contrário do que se pensa, não é a dor que os atrai, mas a sensação de poder (ativos) ou a ausência dele (passivos). É tamanha a confiança no parceiro que voluntariamente, você abre mão de suas capacidades e entrega seu corpo à completa vontade do outro. As sensações são elevadas a uma potência inimaginável, onde não mais se tem qualquer controle! Isso é o principal elemento de excitação dos adeptos a esta técnica e não é, de forma alguma, um tipo de autoflagelo ou punição, mas a busca de um prazer maior, uma prova de desligamento material, um nível de confiança que muitos de nós nunca conseguiríamos ter.

E para quem não sabe ou se interessou pelo assunto, este tipo de prática pode assumir duas vertentes, mais ou menos agressivas. Existe o sadomasoquismo light (mais leve), que inclui humilhações físicas, verbais e morais. É o mais comum para quem está "começando". E existe também o mais "pesado" (heavy) ou cruel, em que os parceiros não se contentam apenas com as humilhações, partindo para a extrema violência física – que pode soar estranho aos ouvidos de quem não está acostumado. Mas uma coisa é verdade, os praticantes deste tipo mais "pesado" ganham ao longo do tempo uma enorme tolerância à dor, e a partir daí quanto maior o tapa, maior o prazer. Aqui literalmente, um tapinha não dói!

Mas todo cuidado é pouco. Como tudo em excesso não faz bem, o sadomasoquismo também não. Ele pode, sim, ser considerado um transtorno caso os parceiros não encontrem outros meios de sentir prazer. O casal não pode se tornar refém e virar, literalmente, prisioneiro deste ato. O gostoso é praticar uma vez ou outra, para ter variações legais e interessantes na hora do sexo. Tem que servir como um complemento ou opção para exercer sua sexualidade, não é apenas um simples "gostar de bater" ou "gostar de apanhar".
Por exemplo, se você passar a perna em alguém na rua, talvez apanhe bastante e não quer dizer que vá voltar para casa feliz, certo? O SM tem regras, limites, consensualidade, segurança física e psicológica, quando praticado por pessoas que o conhecem profundamente. Não existe prazer na dor se isso não vier acompanhado de situações psicológicas bem planejadas.



De A a Z, um tapinha pode causar diversas sensações. Tudo vai depender da intensidade com que ele é dado e da sensibilidade de quem recebe. A definição é pessoal, mas descobri-la é algo para ser feito pelos envolvidos. E tenha em mente que antes de sair por aí aos socos e pontapés, procure conhecer muito bem seu parceiro, para não correr o risco de causar espanto, ao invés de excitação. O objetivo aqui é sentir prazer! Essa é a condição essencial para que o sexo não perca o sentido.
E lembre-se: abaixo o preconceito.


Fontes:
http://mulher.sapo.pt
http://pt.shvoong.com
http://pensamentosubmisso.wordpress.com/
http://www.virgula.com.br



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